O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A saída

Tem uma porta aberta,
e eu não quero sair.
Mas aqui dentro chove
e sou prisioneira da frieza.
Meu caldo vem sempre gelado,
porque sabem que gosto quente.
E eu não sei porque não me levanto e vou.
Talvez se eu arrancar meus olhos e meu coração
verei que aqui faz sol.
Mas quem eu seria, sem meus olhos e meu coração?
O sol sobre a pele apática não aquece.
A porta está lá, a mirar-me.
Tenho medo, e amo.
Amo e dói.
Queria que fechassem essa porta,
ascendessem a luz,
cobrissem meu corpo molhado.
Quando percebo, é escuridão
estou sozinha,
como sempre estive.


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