O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Meu escuro

Quem quero ser?
Com quem quero ser?
E pra que? Pra que, meu Deus?!

Minha janela fala e suspira
desdém da vida
E eu não sei
como sempre
e sempre
sempre.

Eu me via luz
pronta para ascender
quem quer que cruzasse meu
caminho,
mas apaguei.

Meu escuro.
Ele está em mim
Ele sou eu.


Medo

medo

um eco surdo que não cessa
engessa

arrasta e move
infesta

e a vontade de dançar
criar e ser
nos testa

medo a beça.




Arco-íris

Chove
e esse cheiro molhado
memórias me lavam.

um pingo espirra em mim
toda a vontade de ser
que não dá

impossível ser sempre
tudo que há em si

precisa de muito sol
para a chuva explodir

mas é verdade,
que sem um
o outro não pode existir