O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

terça-feira, 10 de maio de 2016

Vento do canto meu

Minha paz me acalma...brinca comigo de ser feliz.
E eu que aprendi a cantar no escuro, bem baixinho pro papai não brigar, soltei um lá que soou até os quintais mais distantes.
Antes eu buscava segurar o som. Trabalho de muito esforço e pouquíssima música ficava...era na verdade uma vontade de ser alguém... e no fim só eco surdo que ressoava - inventado - na minha cabeça de criança teimosa que não admitia que som não se segura.
Música é feito destino. Canta e vai seguindo seu caminho pelo vento. Quem sabe um ouvido escuta...quem sabe canta também...
A Rosinha jamais acreditaria em me ver assim, tão zen."Você é tudo, menos zen", diria. A Rosinha é dessas pessoas que conhece a gente bem. Mas ela não me vê daqui. Acho que ficaria feliz se conseguisse acreditar.
Um dia meu canto chega em algum lugar com outras Rosinhas. Não é a toa que existem Rosinhas por ai...
A minha alma se estende pela grama e brinca com o céu. Brinca de desapego. Perdi um pouco dos excessos e vejo mais.
Um moço até me disse que eu olho muito fixo. Meio assim mesmo. Deve ser estranho pra ele porque ainda sente que não pode olhar duro pros outros, como quem sabe de si. Ou talvez estar presente e inteiro é emoção demais pra aguentar. Pode ser...
Mas é bom. Sentir essa calma toda...
Esse canto de felicidade simples.

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