O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A voz do poeta

Quem escreve precisa desconstruir discursos, precisa de rebeldia.
Tem que ter a boca suja, a alma em chamas e um rugido incessante no peito.
Precisa enfiar o dedo na própria ferida.
Lavar-se de todo pudor.
Quem escreve tem inimigos.
Porque diz aos outros o que eles podem ser e não são. A começar por si mesmo.
Pendem de covardes ordinários para corajosos marginalizados.
E as vezes estupendos.
Poetas são sofredores e fingidos.
Sua caneta é sua voz.
Uma voz muda, as vezes sorrateira,
penetrante, desconfortável,
uma voz que ressoa e
de repente, quem sabe
diz.



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