O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Pássaro azul

Meu pássaro azul em prantos
clamando por liberdade,
urra e berra
vontade pura, por mais verdade.

Não posso deixá-lo sair
Eu sei que não sabes voar,
e o que seria de mim
sem pássaro azul para cantar?

Mas triste ele se ausenta,
perde sua cor enfim,
e em greve de fome e sede
deixa de existir em mim.

Sem pássaro quem sou eu?
pequena a alma sem canto
jogada ao cerne comum
de não possuir encanto

Presa como meu pássaro estou
em dúvida e apego,
mas em altura ou escuridão
sua morte será meu sossego...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A voz do poeta

Quem escreve precisa desconstruir discursos, precisa de rebeldia.
Tem que ter a boca suja, a alma em chamas e um rugido incessante no peito.
Precisa enfiar o dedo na própria ferida.
Lavar-se de todo pudor.
Quem escreve tem inimigos.
Porque diz aos outros o que eles podem ser e não são. A começar por si mesmo.
Pendem de covardes ordinários para corajosos marginalizados.
E as vezes estupendos.
Poetas são sofredores e fingidos.
Sua caneta é sua voz.
Uma voz muda, as vezes sorrateira,
penetrante, desconfortável,
uma voz que ressoa e
de repente, quem sabe
diz.