Que parte que parte de mim
Que parte me foge enfim
Que parte é a sombra que vejo e não sei.
E a luz se não brilho também?
As partes que me dividem
As rupturas que a vida impôs
Fragmentos na sombra escura
Que inflingem em mim o algoz.
E assim partido em breu
Que será do encontro apogeu
Da União iluminada
Prometida energia alvorada.
E ao inteiro, tão brevemente
Novamente, a parte que falta.
Que parte que parte de mim?
O ombro da borboleta
O ombro da Borboleta
quarta-feira, 25 de abril de 2018
Sombras
quinta-feira, 5 de abril de 2018
poema minuto tiersen
e pausa a vida
nessa nota
do piano que só
embala meu choro
e meu vento
dessa alma
em movimento
em corpo
que me leva e valsa
e sou,
e mudo
e passo.
ventania e fracasso
sou parte.
mesmo em descompasso.
suspende
sábado, 4 de novembro de 2017
Ousadia
Não vou dizer que não me rebelei. Porque mesmo no silêncio eu gritei com a voz do peito. Eu disse não! Eu neguei-me-adaptar. Vesti minha roupa velha. Pedi licença em meio aos ogros. Cantarolei naquela manhã cinzenta. Fiz das maiores ousadias sem quebrar uma garrafa. Amei. Intensamente e por todos os segundos de uma hora. Falei a verdade com calma e sem tentar agredir. Perdoei meus erros e cuidei de mim. Rebeldia!
Sou herói discreto dos meus sonhos. Sou um tanto só...mas tenho nos pés o mundo!
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Permita-se
Pelo intragável
Nos sabemos vivos.
Só quando a boca remete
O áspero ar de garganta seca
É que sentimos.
Sentir é.
Quem ainda se teme não sente
Não deixa vir.
Porque sentir é rasgar-se por dentro
De alegria, tristeza, medo, amor
E só quem sabe voltar a sua forma
permite-se.
Senta aqui, fica aqui
Que seria de minha dor sem mim?
Seria feia?
Seria louca?
Seria seu fim?
Acho que a dor minha
Amansa meu peito
Mora nele sem ranso
Nem pranto
Já é velha e conhece a casa
Sabe-se disfarçar,
Sabe aquietar o canto sem deixar
De deixar o som esvair
Ou sumir...
Que seria de mim sem ela?
Que hospedaria esse peito já cansado?
Haveria de ser amor?
Não.
Amor já mora em mim
Seria vazio, isso sim!
Deixa ficar minha conhecida dor
Deixe-me ficar nela
E somos assim mais inteiras
Ela é minha e eu sou dela.
terça-feira, 12 de setembro de 2017
Coração Selvagem
Um cheiro forte. Tinta. Madeira velha. Pó que grudou nos móveis. Cheiro de fechado, de pouco sol, pouco vento. Pouca vida.
Conheço pessoas que são como casas, cômodos assim.
E começam a cheirar suas poucas vidas e inundar de mal cheiro o ar.
E quem dança e nasce e floresce assim ao passar, ao dormir ali, adoece.
Não tivesse vindo aqui, podem os cômodos retrógrados aclamar.
É verdade, é verdade...
Eu ainda vou aprender a dormir ao luar!