O ombro da Borboleta

O ombro da Borboleta

terça-feira, 9 de junho de 2015

Atracar

Navegava em mares turvos,
pedia amor e calmaria...
Por vezes rezei por terra,
por vezes tentei, sem sucesso, remar.
Meu capitão trancou-se ao convés,
e não me deixava entrar.
A tempestade cresceu,
As águas, os gritos, a dor.
Entre barco e mar,
já não o sentia mais meu.
Esquecera de vez seu calor...
E as sereias infernais
ao canto o chamaram..
E também os maus espíritos,
os piratas mais afogados..
Oferecem sempre ouro
ouro e álcool, nada mais,
nunca mais.
E nas ondas, truncadas em choro,
enfurecido tomou-me por má...
Levou-me a ilha mais próxima,
e me deixou lá.
Ao ver abandonar-me a vela
A toda e para qual navegante virei,
e sentir a frieza singela
do capitão que a tanto amei,
empunhei minha adaga,
a minha arma mais letal
e jurei ao céu e à terra,
ao sol e ao sal,
jamais iludir-me como tal.
Mas já ao longe, quase a perder de vista,
percebo meu coração acalmar...
A indiferença dolorida
já não me atingirá..
E mal tripulante, se fui,
Pelo menos eu sei me entregar.
E inteira fico em terra,
com um novo mundo para explorar!