Quando há pouco meu coração falava percebi-me em prantos.
Meus pensamentos em textos, buscando qualquer letra que algo valha:
Não sei amar a mim.
Não sei sentir.
Estou prestes a dormir sobre esse teclado. Consumida pelo tempo, como mercadoria velha na prateleira.
Desgasto meus versos em prosa nenhuma. Converso da vida e jogo-a fora.
Num pedaço de papel em branco vejo minha desgraça.
Como perdoar esse carrasco que sou?
Os ombros. Dizem o quanto me culpo.
Por não ter nascido centenas de vezes, cada uma em um sonho meu.
Vivendo aquelas tolices todas da vida feliz de um filme qualquer.
Quanta casca cicatrizando em mim. Pedaços do que vi por ai, costurando a impessoalidade à minha pele. Cobrindo toda minha singular alforria.
Meu íntimo escondido, cansado da guerra ainda não anunciada.
E eu quero beber dessa água minha, mas sumiu-me a boca.